10 de abril de 2025

Cafés históricos celebram data com um convite a uma viagem no tempo

14 de abril é o Dia Nacional dos Cafés Históricos, locais de memória e uma homenagem aos lugares que fazem as cidades

A cultura do café é essencialmente um fenómeno europeu, intimamente ligado à história, à evolução e à cultura da própria Europa. Já escrevia o ensaísta George Steiner, no seu livro “A Ideia de Europa”, que os cafés são parte integrante da identidade europeia.

O Dia Nacional dos Cafés Históricos, que se celebra a 14 de abril, reconhece o património material e imaterial dos Cafés em Portugal, enquanto testemunhos da memória coletiva. Não são meros locais onde podemos consumir um café; são espaços de valor inquestionável, ícones das cidades onde se encontram e símbolos da cultura e da identidade do país.

Ao longo dos anos, cafés Históricos como A Brasileira do Chiado (1905), em Lisboa, o Café de Santa Cruz(1923), em Coimbra, o Café Vianna (1858), em Braga, o Majestic (1921), no Porto, o Café Bar S. Gonçalo (1937), em Amarante, a Pastelaria Athanásio (1890), nos Açores ou a Pastelaria Gomes (1925), em Vila Real, atravessaram épocas e resistiram aos muitos períodos conturbados da história como a implantação da República, as duas Guerras Mundiais, o Estado Novo, a revolução de 1974, as convulsões económicas e sociais que se seguiram e mais recentemente a pandemia causada pela Covid 19.

Muitos deles foram frequentados por grandes ilustres das artes: de Fernando Pessoa a Almada Negreiros n’A Brasileira, Bissaya Barreto no café de santa Cruz, Teixeira de Pascoaes no Café S. Gonçalo, Eça de Queiroz e Camilo Castelo Branco no Café Vianna ou J.K. Rowling no Majestic, os Cafés Históricos são também ponto de encontro dos muitos anónimos que todos os dias os procuram pela mística que criam em torno da sua História.

São hoje 38, os Cafés Históricos em Portugal, e fazem parte da Historic Cafe Route, uma rota cultural europeia de Cafés Históricos. Em todos eles, o tempo passa por si mesmo, como se não passasse, guardando nas paredes, nos lustres e no mobiliário as histórias de outras vidas.