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- pintura -

Fernando Pessoa, de Júlio Pomar

Biblioteca Grupo O Valor do Tempo, Lisboa

Júlio Pomar (1926-2018) nasceu em Lisboa e durante a sua vida adulta teve sempre um pé – e um pincel! – entre a cidade da luz, Lisboa e a cidade luz, Paris.

Considerada um ícone imaterial de Lisboa por excelência, a luz natural que inunda a cidade é única e impossível de encontrar em qualquer outro lugar no mundo. Captada infinitamente pela objetiva de fotógrafos, retratada vezes sem fim em poemas e prosas de poetas e escritores e iluminada em inúmeras pinturas de artistas que nela se inspiraram, também Júlio Pomar, um dos maiores expoentes da arte portuguesa, a glorificou na sua longa caminhada pelo território do talento e da técnica no ofício da pintura.

Ainda que passionalmente encandeado pela luz de Lisboa, Pomar não resistiu aos encantos da cidade luz. Paris atraiu, ao longo dos séculos, as mentes mais iluminadas nas diversas vertentes das artes e foi o berço de muitos movimentos intelectuais, tornando-se uma incubadora de ideias que se converteu no maior centro de artes do mundo. Júlio Pomar entrou na lista de artistas que ali encontraram inspiração, destacando a sua obra pela singularidade e expressão do seu traço.

Na sua universalidade retratou por diversas vezes Fernando Pessoa, também ele universal. Este quadro de 1988, anfitrião da Biblioteca do Grupo O Valor do Tempo, em Lisboa, de linhas firmes e seguras, características do Mestre Júlio Pomar, remete-nos para um universo estético que constitui um desafio à sensibilidade e é um estímulo à criação de uma relação íntima com a arte, seja ela pintura ou poesia, que sob a luz de Lisboa se torna ainda mais especial.