A escola alemã do fabrico de carrosséis do início do séc. XX, considerada a idade de ouro dos carrosséis na Europa, é uma das mais antigas e prestigiadas em todo o mundo, a par das escolas francesa e belga, distinguindo-se pela nobreza e pompa das suas peças. Cada mestre conferia um cunho distintivo às suas criações e os cavalos de Josef Hübner eram adornados com uma peculiar almofada de sela em forma de W e olhos de vidro, tendo arrecadado, em 1911, a medalha de ouro numa exposição em Berlim, como anunciou a imprensa alemã na altura.

Este cavalo de salto, fabricado em 1910 na oficina Hübner & Poeppig em Neustadt, na Alemanha, foi esculpido à mão em madeira de tília e assentava numa estrutura de ferro forjado que, ligada ao mecanismo do carrossel, lhe conferia o desejado movimento. O dorso branco e os arreios em vermelho e dourado combinavam na perfeição a nobreza da peça com a fantasia que criava: a sela em forma de W e os olhos de vidro, marcas distintivas do autor, alimentavam o fascínio das crianças que, mesmo anos mais tarde, continuavam a viver nele a magia ao lado de Mary Poppins.

Os carrosséis não podem competir com a velocidade vertiginosa das montanhas-russas de hoje, mas também não foram feitos para esses picos de adrenalina. Em vez disso, estes precursores dos modernos parques temáticos oferecem fantasia em movimentos suaves de galope, em círculos musicados. Nos cavalos de Josef Hübner em particular, a beleza artística continua a alimentar um caso eterno de amor, indiferente aos avanços da tecnologia.