objetos com história
- arquitetura e decoração -

Telefone de parede Ericsson

Comur, Faro

Lars Magnus Ericsson (1846-1926), sueco e fundador da Ericsson, gigante mundial das telecomunicações, tinha um apurado sentido estético e a habilidade nas mãos. Trabalhou desde os 12 anos, primeiro como mineiro na sequência da morte precoce do pai, e mais tarde numa fábrica de instrumentos em Estocolmo, a que se seguiu a Siemens & Halske. Num espaço com apenas 13m2, criou uma pequena oficina mecânica, em 1876.

Tinha uma perceção óbvia de construções elegantes e minimalistas, mas também práticas, e um fascínio por telefones. Mas os aparelhos mais antigos tinham componentes grandes e volumosos, que Ericsson considerava inestéticos. Como os microfones eram sensíveis a vibrações e exigiam que se falasse numa posição relativamente estática e a uma distância específica, Ericsson contratou marceneiros qualificados para construir uma caixa adornada e que fosse fixa à parede a uma altura adequada. Concluiu o seu primeiro modelo em 1880 e dois anos depois apresentou outro mais sofisticado: o telefone de púlpito. Montou um microfone junto à campainha dupla no topo, um pequeno púlpito de escrita num tampo inclinado que se abria e onde guardava um bloco de notas e apoiou o recetor num interruptor de gancho, para lhe conferir elegância.

Ericsson não acreditava num mercado massificado de telefones. Via-o como um brinquedo de lazer, dando-se ao luxo de o embelezar porque lhe dava verdadeiro prazer, enquanto lhe apurava a função. Este telefone Ericsson, que data de 1908, faz a analogia com as nossas latas de conservas. Outrora com rótulos festivos e motivos coloridos que se perderam para dar lugar a monótonos rótulos que enchem prateleiras de supermercado, banalizando-se, a indústria conserveira ganhou nova vida com a Comur. Nas latas das coleções Valor do Tempo, Mar Português, Cidades e Sardinhas 4 receitas, plenas de cor e fantasia, recuperamos e dignificamos o passado feliz do setor, apresentando-o em lojas que são os palcos onde contamos a sua, e a nossa História.