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Primeiras edições de “Os Maias”, de Eça de Queiróz

Confeitaria Peixinho, Aveiro
Casa Pereira da Conceição, Lisboa

Duas primeiras edições da obra literária “Os Maias”, de Eça de Queiroz (1845-1900), publicadas em 1888 pela Livraria Internacional de Ernesto Chardron, no Porto, e cada uma com dois volumes encadernados com lombada em pele brunida a ouro, fazem parte de uma coleção de livros raros e antigos da nossa biblioteca.

Considerado um dos mais importantes escritores portugueses de sempre, Eça de Queiroz notabilizou-se pela originalidade e riqueza do seu estilo, no qual imperava um realismo descritivo. Neste romance clássico da literatura portuguesa, passado entre Lisboa e Sintra, Eça faz uma crítica aos usos sociais em meados do séc. XIX, refletindo nas personagens costumes e comportamentos censuráveis como o adultério, o ócio e a corrupção, símbolos da decadência nacional. Pela acutilância da crítica à sociedade portuguesa oitocentista, aquela que é hoje uma das mais relevantes e intemporais obras da literatura portuguesa, foi, na época, um fracasso comercial.

«Tenho-o ali, no embrulhosinho de papel pardo… São seis barrilinhos de ovos-moles de Aveiro. É um dôce muito célebre, mesmo lá fora. Só o de Aveiro é que tem chic…»
in Os Maias, de Eça de Queiroz, 1888. Este excerto está presente nas caixas de Ovos Moles da Confeitaria Peixinho, tal como as duas primeiras edições o expõem, abertas na página 46, à entrada da Confeitaria Peixinho em Aveiro e na Casa Pereira da Conceição em Lisboa.
Os Maias serviram também de inspiração para a nossa loja Queijadas Finas de Sintra – Eugénia de Jesus, pela passagem do romance que as paredes recebem e eternizam: “Ega ia largar atarantadamente o embrulho, para apertar a mão que Maria Eduarda lhe estendia, corada e sorrindo. Mas o papel pardo, mal atado, desfez-se; e uma provisão fresca de queijadas de Sintra rolou, esmagando-se, sobre as flores do tapete”.