objetos com história
- pintura -
Mural Filigrana Portuguesa, de Nuno Saraiva
Joalharia do Carmo, Lisboa
Preto e dourado: elegância e nobreza, sofisticação e distinção, mas também ideais elevados e sabedoria. Esta conjugação de cores encerra em si o significado da filigrana e é a partir dela que Nuno Saraiva, ilustrador, viaja no tempo no teto abobadado do primeiro piso da Joalharia do Carmo.
O mural presta homenagem à arte da filigrana e à cidade de Lisboa, contando a História deste ofício secular em representações de mulheres cujas saias desenham as colinas da cidade. A primeira mulher é uma aristocrata fenícia, vestida de adornos. Apesar de não ser atribuída aos fenícios a invenção da filigrana, foram precursores na sua estética e engenho, fortemente influenciados pela arte egípcia. A segunda mulher é uma nobre patrícia romana que se passeava pelas ruas de Felicitas Julia Olisipo, a Lisboa do século I a.C.. Um tributo aos romanos, que criaram a arte e o nome: Filum Granum. A terceira mulher é uma moçárabe que exibe uma Mão-de-Fátima e esconde o mais primitivo símbolo católico, o peixe, numa homenagem aos muçulmanos que embelezaram e deram mais brilho à filigrana.
Por fim, a quarta mulher é a típica minhota: engalanada de filigrana, transporta orgulhosamente ao peito o ouro do Minho em colares, cruzes de Malta, moedas reais e republicanas, uma medalha da Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal e os inestimáveis corações de Viana.