O exemplo da Joalharia do Carmo

Joalharia do Carmo
Joalharia do Carmo

Uma das mais antigas artes da ourivesaria nacional, a Filigrana, sofreu um revés nos anos 90 quando um novo conceito de moda se alargou à joalharia: o minimalismo. A estética eliminou os detalhes, criando modelagens mais amplas, curvas mais discretas e uma visão simplista, contrapondo os detalhes milimétricos dos anos 80. A Filigrana era exatamente o oposto deste novo conceito. Ourives e enchedeiras desesperavam por manter a sua arte, a Filigrana feita à mão, com técnicas e utensílios ancestrais.

Em 2021, quando a centenária Joalharia do Carmo se juntou ao Grupo O Valor do Tempo, renunciámos à venda de qualquer peça que não fosse Filigrana Certificada. Avessos à produção industrial, resistimos em absoluto à tentação de comercializar joias produzidas em série, porque sabemos que uma joia única exige tempo e minúcia para que as mãos façam magia, algo que uma máquina jamais conseguirá replicar. Damo-nos ao luxo de esperar que essa magia aconteça em nome de um luxo supremo: a singularidade. Para firmar o nosso compromisso, assinámos um protocolo de cooperação para a promoção e divulgação da certificação da Filigrana de Portugal com os Municípios de Gondomar e Póvoa de Lanhoso – onde tradicionalmente se produz a Filigrana em Portugal, e a A.Certifica, o organismo de certificação.

Já em 2025, concretizámos a materialização do projeto de economia social do Grupo O Valor do Tempo com a abertura de um espaço visitável na Rua das Flores, no Porto, onde tradição e fantasia convivem lado a lado. No piso térreo, uma loja inspirada em Alice no País das Maravilhas convida a sonhar, enquanto enchedeiras trabalham à vista de todos, tornando o gesto artesanal parte do espetáculo. A escadaria em caracol, que liga a loja à oficina, está a ser revestida em Filigrana pelas enchedeiras, num projeto que levará anos a concluir e que reflete a paciência e o tempo exigidos por esta arte. No piso superior, a oficina aberta permite acompanhar de perto o trabalho dos artesãos, que representam 18 unidades produtivas de Filigrana de Portugal Certificada. O espaço integra ainda uma escola de joalharia em parceria com o CINDOR, assegurando a formação de novas gerações, uma área da Contrastaria da Imprensa Nacional Casa da Moeda, que explica o processo de punção de uma joia e uma exposição dedicada aos artesãos e à sua arte. Este projeto é muito mais do que uma montra: é um organismo vivo, que junta comércio, ofício e ensino, retira os artesãos do anonimato e garante futuro a uma das mais emblemáticas artes portuguesas.

Com design tradicional ou contemporâneo, com safiras ou diamantes, a Joalharia do Carmo é hoje a montra da Filigrana de Portugal Certificada. Uma das mais fiéis representações da cultura popular portuguesa é agora apresentada ao mundo como símbolo maior e distintivo da joalharia nacional, na única marca de joalharia do país que comercializa, em absoluto exclusivo, peças certificadas.

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